Apesar de algumas imprecisões de datas (o CME foi fundado em 1992) e ausência da informação sobre alguns pesquisadores que atuam no CME-FEUSP, segue reportagem na Agência Universitária de Notícias:
Centro de Memória trabalha na construção da história da educação
brasileira | |
Por <!- Autor -->Ruan de Sousa Gabriel 08/07/2012 | |
São Paulo (AUN - USP) - Quem visita a sala 40 do bloco B da Faculdade
de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP) pode se assustar com a
quantidade móveis antigos e animais empalhados que povoam o local. Ali funciona
o Centro de Memória da Educação (CME). Os móveis e os animais empalhados são
parte do acervo da Escola Moderna de São Paulo, instituição fundada e dirigida
pelo educador anarquista João Penteado e fechada pelas autoridades em 1919. Todo
o arquivo da escola foi doado ao CME por uma sobrinha-neta do fundador em março
de 2005.
O Centro de Memória da Educação foi criado em 2003 por um grupo de
professores da Faculdade de Educação interessados na produção de pesquisas sobre
a história e a historiografia da educação. Entre os objetivos do Centro de
Memória é a organização de acervos documentais e museológicos.
A coordenação do CME é formada por quatro professores. Cada departamento da
Faculdade de Educação conta com pelo menos um de seus docentes na coordenação.
Segundo a professora Carmen Sylvia Vidigal Moraes, uma das coordenadoras, esse
tipo de gestão garante uma administração democrática e a manutenção do perfil
interdisciplinar do Centro de Memória. Completam a equipe a jornalista e
socióloga Rosana Bullara, a arquivista Iomar Zaia (pós-doutoranda) e a
pesquisadora Fernanda Pedrinelli (mestranda).
O Centro de Memória da Educação auxilia escolas de ensino fundamental e médio
a organizarem seu acervo documental, montando um espaço de preservação da
memória que esteja ao alcance dos alunos e professore e possa, inclusive, ser
integrado ao projeto pedagógico da escola.
Quando as diretorias solicitam a ajuda do Centro de Memória, as pesquisadoras
vão até as escolas, realizam palestras e apresentam materiais como o “Arquivo
Perdido”, jogo, criado por Iomar Zaia, que ensina as técnicas arquivísticas às
crianças de maneira didática e divertida. Os professores também aprendem a
dominar as técnicas arquivísticas e tratar o acervo escolar. “Ajudamos os
professores a levantar a documentação, referenciá-la e construir um inventário”,
explica Carmen, que conta que muitas escolas continuaram com a política de
preservação da memória.
Além das fontes oficiais, os planos de aula, os relatórios dos professores,
os cadernos dos alunos e as atas das reuniões escolares são levados em conta na
investigação da história dos colégios. Um dos princípios do CME é, depois de
organizado o acervo, jamais retirar os documentos das escolas onde foram
produzidos.
Reescrevendo a história
De acordo com Carmen, o trabalho realizado no Centro de Memória tem ajudado a reescrever capítulos da história da educação. A partir das pesquisas realizadas nas Escolas Profissionais de São Paulo, fundadas no início do século 20, desconstruiu-se a crença de que tais instituições faziam parte de um projeto assistencialista. Segundo a professora, as escolas faziam parte de um projeto “burguês”, voltado para a formação de mão-de-obra especializada em atividades urbano-industriais. |
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